Para contar a história de Nossa Senhora de Fátima, é necessário, inicialmente, relatar sobre as aparições do Anjo da Paz em Portugal. É normal que os grandes acontecimentos tenham uma grande preparação. Não foi diferente em relação à Fátima.
As aparições de Nossa Senhora de Fátima foram precedidas por três visões que as crianças Lúcia, Francisco e Jacinta tiveram do anjo na cidade de Fátima, em Portugal. Permitindo o colóquio dos pastorinhos com esse anjo, a Providência os predispunha para o momento em que Nossa Senhora de Fátima lhes falaria. O anjo explicava como seriam as aparições da virgem e por quais motivos essas aparições (DIAS, 1996).
O Anjo da Paz apareceu para as crianças três vezes, antecedidas as manifestações (sobrenaturais). Na primeira vez que ele apareceu foi em cima de um arvoredo típico daquele campo meio transparente com os raios do sol traspassando seu corpo. Tudo isso se passou entre abril e outubro do ano de 1915, em uma colina próxima da Cova da Íria onde aconteceriam, posteriormente, as aparições de Nossa Senhora. Num dia de primavera de 1916, pela primeira vez o anjo apareceu claramente para as três crianças, se intitulando Anjo da Paz, pedindo que as crianças rezassem com ele a seguinte oração: “Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos! Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam”.
A segunda aparição do anjo também foi em 1916, quando os três pastorinhos brincavam no terreiro da casa dos pais de Lúcia, apareceu-lhes novamente o anjo pedindo que rezassem muito e fizessem sacrifícios a Deus, como o “ato de reparação,” fazer jejum, rezar constantemente para Deus, pelas pessoas que o ofendem e dos pecados com que ele é ofendido.
Na última aparição do anjo no final do verão para o início do outono do mesmo ano, novamente na Loca do Cabeço, aconteceu a aparição do anjo, descrita por Lúcia, a última vidente que ficou viva das três crianças:
“Depois de termos merendado combinamos ir rezar na gruta, que ficava do outro lado do monte. […] Logo que aí chegamos, de joelhos, com os rostos em terra, começamos a repetir a oração do Anjo: ‘Meu Deus eu creio, adoro, espero e amo-Vos, etc.’ Não sei quantas vezes tínhamos repetido essa oração, quando vemos que sobre nós brilha uma luz desconhecida. Erguemo-nos para ver o que se passava, e vemos o Anjo tendo na mão esquerda o cálice, sobre o qual estava suspensa uma Hóstia, da qual caem algumas gotas de Sangue dentro do cálice”.
Essas foram as três aparições que prepararam as crianças para o que elas iriam ver e passar. Portanto, a partir destas aparições do anjo foram reveladas a aparição de Nossa Senhora.
A treze de maio de 1917, as três crianças apascentavam o rebanho na Cova da Íria, localidade da cidade de Fátima, em Portugal. Essas três crianças sempre rezavam o terço. Até que um dia, de repente, viram uma luz brilhante. Pensando ser um relâmpago, decidiram ir embora e outro clarão iluminou o espaço e viram em cima de uma pequena azinheira, planta típica do lugar, uma senhora cujas mãos tinham um terço branco.
A senhora disse aos três pastorinhos que era necessário rezar muito e que eles deveriam voltar àquele lugar por mais cinco meses consecutivos, sempre no dia treze e naquela mesma hora. As crianças assim fizeram e a senhora lhes apareceu no dia treze dos meses de junho, julho, agosto, setembro e outubro.
Na última aparição, a treze de outubro, estavam presentes cerca de setenta mil pessoas. A senhora disse-lhes que era a “Senhora do Rosário” e que fizessem ali uma capela em sua honra. Logo após a aparição, todos puderam observar o milagre prometido às crianças, onde a senhora abriu as mãos e fez com que elas refletissem o sol e começou a se elevar desaparecendo no firmamento. Os pastorinhos viram, então ao lado do sol, o menino Jesus, São José e Nossa Senhora, e logo depois desta visão, Lúcia viu Nossa Senhora a caminho do calvário.
Enquanto se passavam estas cenas, a multidão espantada assistiu ao grande milagre da dança do sol, prometido pela Virgem para que todos cressem. No momento em que ela se elevava da azinheira, o sol apareceu entre as nuvens, como um grande disco prateado, mas sem cegar a vista. E começou a girar rapidamente e os raios se refletiam no rosto de toda a multidão, nas árvores, nos objetos.
Três vezes, o sol girou rapidamente diante dos olhos do povo que pedia perdão e misericórdia a Deus, atingindo um raio de quarenta quilômetros. Todos ouviram e ninguém ousou duvidar. A história e o tempo deixaram registradas inúmeras graças, curas e milagres. Os católicos veneram Maria, mãe do Senhor Jesus Cristo e em todas as igrejas encontramos sua imagem.
Pouco mais de um ano depois das aparições, Francisco e Jacinta adoeceram gravemente. Foi então que a Virgem lhes apareceu e declarou que viria buscar os pastorinhos. Lúcia, a sobrevivente dos três, permaneceu durante 58 anos num convento e faleceu aos 97 anos de idade ( DIAS, 2000).
Anos após as aparições de Nossa Senhora de Fátima em Portugal aos três pastorinhos, em 08 de maio de 1972, o Padre Stefano Gobbi participou de uma peregrinação em Fátima e na capela das aparições surgiu a vontade de criar o Ministério Sacerdotal Mariano (MSM). Surgiram vários outros movimentos marianos, entre tantos pelo mundo, o mais conhecido é o MSM, que foi se definindo de uma maneira silenciosa e extraordinária. Em quase todas as nações da Europa, América, Ásia, África e Oceania, há representantes do movimento encarregados de recolher as adesões, organizar e acompanhar os cenáculos (orações nas casas ou paróquias das pessoas).
O Movimento Sacerdotal Mariano é constituído de religiosos (não sacerdotes) e de fiéis que se empenham por viver uma vida de consagração ao Coração Imaculado de Maria, em comunhão com seus padres e bispos. Eles não são unidos por um vínculo jurídico e podem agir livremente nas associações eclesiais a que pertencem em sua paróquia (GOBBI, 1991).
O livro aos sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora, escrito pelo Padre Stefano Gobbi é baseado nas aparições de Nossa Senhora de Fátima, e segundo Gobbi declara-se que as mensagens contidas no livro devem ser entendidas, não como palavras ditas diretamente por Nossa Senhora, mas recebidas, sob forma de locuções interiores pelo padre. Sua publicação conforma-se às disposições emanadas pelo Papa Paulo VI em 14 de outubro de 1966.
Nossa Senhora de Fátima é um dos titulos que é atribuido a Maria mãe de Jesus, temos também Nossa Senhora da Conceição Aparecida que é a padroeira do Brasil e Nossa Senhora de Guadalupe que é a Padroeira da America Latina. Todos esses titulos a Nossa Senhora não é para ser adorada e sim venerada, seguir o exemplo de vida dela como mulher mãe e serva de Deus.
Trecho do texto do trabalho de conclusão de curso de Tiago Souza Santos - membro da PASCOM de nossa Paróquia